terça-feira, 27 de julho de 2010

Antigos de respeito: Ford Maverick



Lançado em junho de 1973, o maverick era a resposta da Ford ao Chevrolet Opala, que desde 1968 reinava sem concorrentes que realmente pudessem fazer frente a ele. O Maverick foi lançado nos EUA em 1968 e tinha linhas limpas e modernas além de vasta opção de motorização. Sempre levou críticas sobre sua direção pesada e o sistema ineficiente de freios, mas mesmo assim foi um sucesso estrondoso por lá.


Curiosamente o Maverick foi lançado no mercado Norte Americano com o intuito de combater os carros pequenos que estavam sendo importados e que realmente estavam caindo no gosto do público, como o Vw Fusca e os Hondas e Toyotas. Já no Brasil, essa lacuna ficou a cargo do Corcel e o Maverick deveria ocupar o buraco entre o Corcel e o Galaxie. Ao fazerem as clínicas de produto em 1970, porém, o maverick não ficou sequer entre os finalistas, o que comprovava o gosto do brasileiro ao estilo europeu, já que o escolhido foi o Ford Taunus. Isso trouxe um pesadelo para a Ford do Brasil, visto que a nacionalização do modelo europeu significava uma série de problemas em razão da estrutura então existente no país. A necessidade de motorização própria, que não era produzida aqui e uma de uma suspensão mais refinada tornariam o carro muito caro para os padrões do segmento. Já se a escolha fosse o Maverick, poderiam ser usados conjuntos mecânicos provenientes de modelos da willys. Então, mesmo contrariando o gosto do público, a marca norte americana apostou alto no Maverick, trazendo o modelo ao país. Talvez esse tenha sido uns dos motivos para o Maverick nunca ter sido um sucesso de vendas no Brasil.

As versões que existiram do maverick foram: Luxo, Super Luxo, Gt e mais tarde a versão com 4 portas além da Ldo.
As motorizações eram:

2.3 4 cilindros (que equipa o Maverick standard da matéria),

3.0 6 cilindros (esse vindo do willys foi um dos responsáveis pela má fama do Maverick, já que tinha problemas crônicos, como desenpenho pífio e altíssimo consumo de combustível.)

4,95 litros 8 cilindros (que equipa o Maverick GT da nossa matéria.)


O maverick foi produzido até 1979 e teve vários aperfeiçoamentos no decorrer dos anos, como direção hidráulica e ar condicionado. Porém, com a chegada do corcel II com motor 1.6 e cinco marchas, os tempos tinham mudado e o Maverick ficou claramente ultrapassado. Infelizmente a Ford jamais faria outro V8 no Brasil o que deixou muitos com Saudade e faz com que pricipalmente a versão GT tenha preço de ouro no mercado de veículos antigos. Se tornou um mito entre os veículos nacionais.

Essa é a nossa homenagem a um grande brasileiro, que representou uma época incrível da indústria nacional, junto com saudoso Opala.

Para tanto, resolvemos unir dois belíssimos exemplares deste clássico da indústria nacional. O modelo branco da matéria é um Maverick Std 2.3L 1976 que merece especial atenção não somente pelo magnífico estado de conservação, mas também pelos acessórios de época, como as rodas "Palito" e os faróis com lente amarela.























































































































Mas como não poderia faltar, conseguimos também um mitológico Maverick GT 302-V8 1974 de cor laranja. Por mais que o modelo possua alguns acessórios modernos, como faróis de xenon e rodas aro 20, o modelo foi mantido dentro de altos padrões de originalidade, sobretudo mecânica. Acreditamos que as fotos dispensam maiores comentários...






























































































































Por fim, para que nossos leitores possam vivenciar melhor os modelos aqui apresentados, preparamos um vídeo para estes antigos de respeito:

http://www.youtube.com/watch?v=C4JDuHpQsus


Fotos em alta resolução em breve em nosso album!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Fiat e o Design Controverso: Versões Especiais (parte 2)

Continuando nossa saga em mostrar aos nossos leitores que a marca italiana não aprendeu a lição com o Oggi Css, passamos ao presente para provar que mesmo após tantos anos, certas coisas não mudam.

Palio adventure locker:
Esse modelo é o último da linhagem adventure, conceito lançado pela Fiat em 1999. Com suspensão elevada, o Palio Adventure deveria atender aqueles que buscavam um carro mais alto para andar na cidade, mas não queriam investir em um utilitário off-road. A linha adventure nunca teve vocação para o fora de estrada, é um carro urbano. Porém a Fiat parece ter se esqueçido disso e encheu o carro de apliques plásticos de ponta a ponta. Plásticos que não mais contornam a carroceria, mais sim, saltam da lataria afim de faze-lo parecer um off-road.
O visual ficou extremamente carregado, e chega a lembrar aqueles carrinhos chineses em miniatura.

A seguir você poderá ver como o visual carregado foi aumentando a cada nova geração, o que nos faz pensar: o que será que a engenharia italiana está preparando para o brasileiro na V geração do modelo.

Geração I


Geração II
Geração III


Geração IV

Fiat e o Design Controverso: Versões Especiais (parte 1)

Se você pensa que as polêmicas modificações estéticas que a marca italiana aplica em veículos contemporâneos como Strada e Palio adventure locker, Siena Sporting e Palio 1.8R são novidade, você está equivocado. Neste post (e nos seguintes) iremos tratar de uma breve linha do tempo de versões especiais de modelos de "linha comum" que, ao invés de chamar atenção pelas evoluções técnicas ou modificações de engenharia aplicadas, se tornam foco das conversas de mesa de bar por conta das soluções estéticas aplicadas. Boas ou ruins, bonitas ou não, pretendemos expor certos casos que consideramos emblemáticos, deixando aos nossos leitores a possibilidade de julgar dentro do gosto pessoal.

E por que escolhemos a Fiat? É simples, o grande diferencial da marca italiana, que a destaca do "bolo comum" é o grande número de casos polêmicos em seus trinta e poucos anos atuando no Brasil. As modificações são corriqueiramente taxadas como de gosto duvidoso, sobretudo quando tratam de cores fora dos padrões, kits aerodinâmicos exuberantes, uso excessivo de plásticos ou acabamentos um tanto excêntricos, por mais que alguns dos modelos que passaremos a tratar possuem defensores ferrenhos, mesmo de sua parte estética. Em certos casos, tais alterações aumentam o peso do carro e alteram a aerodinâmica, tornando o modelo "esportivo" mais lento e difícil de guiar que o original, sobretudo porque tem sido cada vez mais frequente o número de lançamentos (e este ponto está longe de ser exclusividade da Fiat) onde as modificações se resumem à estética, inexistindo aprimoramentos mecânicos.

Vamos aos exemplos:


Fiat Oggi CSS (1984-1985)

Vamos começar com um modelo de menor repecussão, da primeira metade da década de 80. O Oggi CSS foi desenvolvido a partir de modelos Fiat de competição, assim incorporava diversas características interessantes voltadas a esportividade, como a cambagem negativa nas rodas traseiras, motor de maior cilindrada, direção, homocinética, câmbio e barra estabilizadora diferenciada em relação ao modelo standart. Contudo, não podemos deixar de comentar sobre o "look" que a engenharia da marca proporcionou ao carrinho.


Sempre na cor preta, com faixas e vistosos adesivos vermelhos, nada na época superava seu superlativo kit aerodinâmico, composto por nada menos que 2 aerofólios (um em forma de soleira, no alto do teto e outro no fim da tampa da mala, como na minivan chinesa Chana Family), saias lateriais e protuberantes para-choques envolventes que pouco combinavam com a carroceria.


No interior, o veículo também merecia algumas ressalvas, sobretudo na utilização do painel do Fiat Spazio com a adoção de um peculiar volante esportivo de quatro raios e novos instrumentos adaptados de maneira a impedir uma boa visualização (manômetro de óleo e voltímetro no canto esquerdo do painel). Como não poderia faltar em um esportivo da marca de Turim, estão presentes os polêmicos cintos de segurança na cor vermelha. Também estavam presentes outros detalhes nesta cor, sobretudo nos bancos, que eram bastante aceitáveis para um esportivo da época. Por outro lado, plenamente elogiáveis eram alguns bons acessórios como espelhos retrovisores com comando interno, teto solar e direção aliviada.


E para finalizar, o próprio desenho do Oggi não era muito inspirador, já que na verdade ele não passava de um Fiat Spazio com a traseira esticada (inclusive sendo utilizadas as mesmas lanternas), numa transformação pouco harmônica onde a frente e a traseira não conversavam (basicamente da mesma forma em que no Oggi "comum").


Deixando de lado por um momento as polêmicas, seria injusto tratar do Oggi CSS como um veículo ruim enquanto esportivo. Conforme anteriormente narrado, os avanços técnicos aliados ao bom motor de 78 cavalos, em um sedan compacto e leve, faziam com que o modelo tivesse bons resultados de desempenho e dirigibilidade. Porém, temos que admitir que o modelo se tornou mais conhecido pela estética que pelos seus bons atributos mecânicos; uma pena.



quinta-feira, 8 de julho de 2010

Anos 80 - Indústria Nacional




Uma época esquecida por muitos de nós, porém muito importante para a história da ainda primitiva indústria automobilistica nacional. Com a importação proibida no Brasil, grupos passaram a criar veículos que na época chegaram a representar o potencial do Brasil nesse ramo. Empresas como Souza Ramos, dacon, Stm, Puma, Besson gobbi, Gurgel entre outros sonharam alto e de um dia para o outro viram o sonho desmoronar com a abertura as importações. Os veículos nacionais se tornaram repentinamente verdadeiras carroças, em vista que a tecnologia disponível a esses fabricantes de maneira alguma tinha capacidade de fazer frente ao que existia lá fora. Basta pensar que até as quatro grandes foram obrigadas a modernizar seus produtos visando a concorrência externa. E talvez por isso esses automóveis desapareceram tão rapidamente. O resultado desse fracasso nós vemos até hoje, onde pequenas empresas tentam na maioria das vezes em vão criar veículos nacionais. Um exemplo claro é o esportivo Lobini que quase não vendeu e da Troller que foi Engolida pela Ford. Nessa postagem, nossos leitores poderão relembrar alguns dos nossos grandes carros. Nós do Aficionautos sempre iremos valorizar o que nós produzimos e torcer para que um dia o governo Brasileiro acorde para nossa indústria. Ou será que o professor da Escola Politécnica de São Paulo, que quase reprovou João Amaral Gurgel estava certo quando afirmou que no Brasil não se fabrica carro, só se compra?